Saiba como morar, trabalhar nos EUA e conseguir seu visto americano
A vontade de ingressar no mercado de trabalhar americano — e ganhar em dólar — é compartilhada por muitos profissionais brasileiros. Porém, é necessário percorrer uma longa trajetória até conseguir a permissão para trabalhar em solo americano. Por onde começar essa viagem?
Acompanhe o passo a passo desse caminho. Para facilitar, incluí uma listagem de sites de emprego para que você mesmo busque as oportunidades e avalie se vale a pena ou não embarcar neste novo desafio.
Comente, compartilhe e indique para amigos. Quem sabe você não tem um amigo que está exatamente agora precisando dessas informações?
1. Consiga uma oferta de emprego
Ninguém acorda num belo dia e decide que vai trabalhar nos Estados Unidos. Na esmagadora maioria dos casos, você só poderá fazer as malas se receber uma proposta de trabalho numa organização americana, como uma empresa ou universidade.
Há raras exceções a essa regra. Uma delas é o EB-1, tipo específico de green card que pode ser solicitado por pessoas com “habilidade extraordinária” nos campos da ciência, das artes ou dos negócios, entre outras destinações.
Para solicitá-lo em função de uma competência excepcional, não é preciso apresentar uma oferta prévia de trabalho: basta ter provas da sua excelência, tais como diplomas, cartas de recomendação, prêmios e publicações acadêmicas. Esses documentos serão avaliados e julgados pelo USCIS (US Citizenship and Immigration Services), um dos diversos órgãos governamentais dos Estados Unidos que cuidam de questões ligadas à imigração.
Sites de emprego nos Estados Unidos:
- Indeed - é o maior site de empregos nos Estados Unidos, você tem pode postar seu currículo e criar um currículo personalizado para compartilhar com as empresas. Além disso, você pode pesquisar salários, as últimas tendências, novas carreiras, etc.
- Career Builder - um dos maiores sites de carreiras, inclui dicas, recursos para quem procura emprego.
- Dice.com - Dice é um site para quem busca vagas na área de tecnologia.
- Power to Fly - Power to Fly é um site que tem como foco as mulheres e diversidade.
- Glassdoor - é um site para os top talents, grandes talentos. Inclui recursos, busca por cidades, relatórios de salários em algumas empresas, perguntas para entrevista de inglês, entre outros.
- LinkUp - é um site de busca de empregos clean, sem anúncios.
- Monster - foi um dos primeiros sites de vagas de emprego e, hoje em dia, se expandiu e oferece muitos recursos inclusive avaliação das empresas.
- Simply Hired - é um dos maiores buscadores de vagas de emprego do mundo. Conecta via redes sociais, partner sites, etc.
2. Avalie qual é o melhor tipo de documento para você
Se você é como a maioria das pessoas, só vai conseguir entrar para trabalhar legalmente no país se tiver uma ligação prévia com uma instituição americana. Se já conseguiu esse vínculo, o próximo passo é verificar qual é o tipo de documento mais indicado para o seu caso.
É preciso diferenciar os conceitos de visto e green card. O visto permite a entrada em solo americano, mas normalmente é válido por um determinado período e só para as atividades especificamente definidas no documento. Já o green card concede o direito de viver nos Estados Unidos para sempre e trabalhar em qualquer função, exceto aquelas que exigem cidadania americana.
Via de regra, a escolha do melhor documento será feita pelo candidato em parceria com a instituição americana que o receberá, com o possível acompanhamento de um advogado ou consultoria especializada.
Prepare-se: há uma miríade de possibilidades. Na categoria de vistos, por exemplo, existe o H-1B, destinado a profissionais técnicos com curso superior; o H-1C, voltado para enfermeiros; e o H-3, específico para trainees. Os vistos da categoria F são os mais adequados para estudantes acadêmicos e seus dependentes, ao passo que a categoria L se destina à transferência de executivos com conhecimento especializado do seu país de origem a uma empresa dos Estados Unidos. O guia feito pela Amcham apresenta todas as espécies de vistos e green cards.
3. Providencie a petição
A solicitação oficial do seu documento ao órgão de imigração competente cabe à instituição americana em que você vai trabalhar. Mas é importante que você compreenda e acompanhe o processo do início ao fim.
O USCIS (US Citizenship and Immigration Services) é a agência responsável pela análise prévia de alguns pedidos de visto, como o L-1, enquanto outros podem ser pedidos diretamente aos consulados, como o B-1. O DOL (US Department of Labor) precisa ser ouvido previamente em alguns casos de visto ou green card.
Cada tipo de permissão tem um prazo específico para ser solicitado. O H-1B, por exemplo, precisa ser pedido no mês de abril. Conhecer o calendário oficial para as petições é importante para determinar qual é o melhor documento para você, sobretudo se você não puder esperar muito tempo para concluir o processo.
4. Prepare-se para a entrevista
Feita e aprovada a petição, o próximo passo é agendar uma entrevista em um Centro de Atendimento ao Solicitante de Visto (CASV) e na embaixada ou consulado mais próximo. As perguntas feitas pelo oficial dependem muito do tipo de documento que você está solicitando.
Por exemplo: se você pediu o visto B-1, voltado para atividades temporárias relacionadas à sua profissão no país de origem, as questões provavelmente terão como foco o seu vínculo com o Brasil. Para H-1B, o objetivo da entrevista será apenas checar e validar o que já foi apurado nos documentos. Já no caso de L1, o encontro também servirá para medir o nível de inglês do candidato.
É obrigatório ir para a entrevista munido de todos os documentos necessários para comprovar os requisitos básicos do visto pedido. Para chegar bem preparado à conversa, diz Drummond, a dica principal é dominar a linha de argumento da sua petição.
5. Verifique se é necessário tomar providências pós-imigração
Uma vez estabelecido nos Estados Unidos, você pode pedir a alteração do seu tipo de documento: são os casos conhecidos como “mudança de status”. Se você entrou como estudante (F-1), por exemplo, pode pedir a alteração para H-1B, o que lhe permitirá trabalhar. Esse pedido deve ser feito ao USCIS. Se você está fora dos Estados Unidos, a solicitação deverá ser feita pelo chamado “processo consular”, em que o USCIS aprova o pedido e o candidato vai ao consulado solicitar o visto para a primeira entrada nos Estados Unidos sob a nova categoria.
Também vale verificar se você não se tornou um residente fiscal americano, obrigado a declarar imposto de renda e pagar tributos para os Estados Unidos. Quem tem green card automaticamente se enquadra nessa categoria.
Você também será residente fiscal se estiver presente nos Estados Unidos por pelo menos 31 dias do ano corrente e 183 dias durante os últimos três anos, entrando para esse cálculo: todos os dias em que você esteve presente no ano corrente; um terço dos dias em que você esteve presente no ano imediatamente anterior e um sexto dos dias em que você esteve presente no segundo ano anterior. Em tempo: alguns vistos, como o F-1, isentam o estrangeiro dessa contagem.
Investidores
Investidores podem conseguir diferentes vistos para morar nos Estados Unidos e até mesmo um green card. Confira as dicas para empreender ou investir nos EUA
Muitos brasileiros sonham em morar nos Estados Unidos. Se você pretende investir em negócios no país, saiba que existem alguns vistos específicos que podem garantir a sua permanência lá por anos. Em alguns casos, há a possibilidade inclusive de conseguir um green card e garantir residência permanente.
Existem três tipos de visto específicos para investidores: L-1, E-2 e EB-5. As principais diferenças entre eles estão no tipo de negócio que você quer criar, o valor a ser investido e a duração do visto. Para fazer o pedido, é preciso apresentar, entre outros documentos, um plano de negócios. Para requerer a renovação do visto, você precisará mostrar ao governo norte-americano que a empresa está em operação.
Não há requisitos quanto ao tipo de negócio que o requerente pretende abrir, mas vale lembrar que nos Estados Unidos existem profissões reguladas e cujos profissionais precisam de licença para exercê-las — caso de médicos, contadores, advogados, engenheiros e enfermeiros. O advogado Eduardo Costa da Silva, sócio do Godke, Silva & Rocha Advogados, explica que “um médico brasileiro pode comprar um hospital, mas não vai poder atender pacientes”.
De acordo com o advogado, o prazo médio para o processo de requerimento desses vistos é de 90 dias (com exceção do EB-5). Se for aprovado, o visto é estendido ao cônjuge e filhos até 21 anos. No caso de cônjuges, é preciso estar casado no papel. Uniões estáveis não são consideradas válidas.
Visto L-1
O visto L1 é destinado a empresas que querem expandir seus negócios para os Estados Unidos, e para isso pretendem enviar funcionários e profissionais brasileiros ao país. Para fazer esse requerimento, a empresa precisa estar constituída no Brasil há mais de dois anos.
Os requerentes desse tipo de visto podem ser os proprietários da companhia, membros do ‘C level’ (CEO, CFO, COO etc), gerentes ou ainda funcionários especializados, aqueles “que não têm nível gerencial, mas são necessários para a empresa e não poderiam ser encontrado nos Estados Unidos”, diz Silva. Poderia ser o caso, por exemplo, de um chef de cozinha. “O funcionário não precisa ser CLT. Ele pode mostrar o extrato bancário indicando que recebe um salário da empresa”, afirma.
Não há definição sobre um valor mínimo de investimento, mas, segundo o advogado, investimentos acima de US$ 70 mil têm mais chances de serem aprovados pela imigração. “Claro que isso depende também do tipo de empresa e do plano de negócios. Se a companhia for uma consultoria, abrir um escritório em uma sala pode ser suficiente, mas para inaugurar uma loja, o investimento necessário é maior”, diz.
A primeira concessão do visto é válida por um ano. Passado esse período, é possível pedir a renovação por três anos, mas será necessário comprovar que o negócio ainda está de pé. Alguns dos documentos que podem ajudar a mostrar que o escritório está funcionando são pedidos de compra, contratos e evidências de atividade econômica, como folha de pagamento de funcionários contratados, extrato bancário, demonstrações financeiras mostrando renda mensal e até matérias que saíram na imprensa sobre a empresa. Após o quarto ano, a pessoa tem direito a fazer mais um pedido de renovação por três anos, que poderá ser substituída por um pedido de “green-card”.
Visto E-2
Este visto é concedido a cidadãos de países que têm tratados de comércio e navegação com os Estados Unidos. O Brasil não está na lista, mas brasileiros com dupla cidadania podem fazer o requerimento — desde que o país da segunda cidadania tenha esse acordo com os EUA. É o caso de Argentina, Bolívia, Chile, Itália, Espanha, Japão, Alemanha, França. Você encontra a lista completa aqui.
Nesse caso, não é preciso ter uma empresa em outro país. Você pode simplesmente abrir um negócio nos Estados Unidos. O requerente desse visto precisa ter pelo menos 50% de participação na empresa. Não é necessário contratar americanos. Para fazer o requerimento, é preciso que o investidor trabalhe diretamente no negócio.
Também não há um valor mínimo de investimento definido em lei para conseguir o visto, mas, segundo o advogado, na prática, investimentos acima de US$ 70 mil têm maior probabilidade de serem aprovados. A primeira concessão do visto é de dois anos, e ele pode ser renovado por mais dois anos, indefinidamente.
Visto EB-5
Conhecido como ‘o visto de um milhão de dólares’, o EB-5 é destinado a investidores que querem aportar ao menos US$ 1 milhão de capital nos Estados Unidos em empreendimentos que possam gerar empregos no país. Não é preciso abrir uma empresa própria. O dinheiro pode ser investido em uma companhia já existente. Se aprovado, o requerente recebe um green card provisório de dois anos, que pode ser substituído, depois desse período, por um green card definitivo. O prazo para conseguir esse visto é mais longo do que os anteiores: de 16 meses até a emissão do green card provisório, em média.
Atualmente, além da possibilidade de investir US$ 1 milhão em um negócio no país, que podem ser alocados ao longo de dois anos, há outra opção para quem busca o visto EB-5. São os centros EB-5 — regiões de alto índice de desemprego ou áreas rurais com menos de 20 mil habitantes. Nesses locais, onde o governo norte-americano busca incentivar a criação de empregos, o valor mínimo do investimento cai para US$ 500 mil . "Além dos atuais US$ 500 mil relativos ao investimento para obtenção do visto, os centros regionais cobram uma espécie de taxa administrativa em torno de US$ 40 mil a US$ 60 mil, que geralmente é não reembolsável", afirma Silva.
O investidor não precisa trabalhar diretamente no investimento, apenas fazer um aporte de capital. Contudo, o projeto deve criar ou evitar a perda de pelo menos 10 empregos.
É possível alterar o visto?
Sim. É possível pedir uma adequação do visto. “Por exemplo, uma pessoa que obteve o visto E-2 e que, ao fim de dois anos, investiu mais de US$ 1 milhão e criou dez empregos pode pedir para trocar o visto por um EB-5”, diz Silva.
Onde ir
Atualmente, o custo dos vistos L-1 e E-2 é de US$ 325. Já o EB-5 sai por US$ 1,5 mil. "Há ainda a possibilidade do pagamento do chamado 'premium processing fee', que é uma espécie de taxa de urgência aplicável a alguns tipos de visto, sobretudo aqueles relacionados a visto de trabalho. O valor atual desta taxa é de US$ 1.225", afirma Eduardo Costa da Silva.
Para dar entrada no processo, o investidor deve baixar os formulários da internet (EB-5, L-1 e E-2) e enviá-los, junto a outros documentos, pelos Correios ao Serviço de Imigração e Cidadania dos Estados Unidos (USCIS, na sigla em inglês). "Após a análise e a prévia aprovação do pedido de visto, a etapa final é a entrevista, que deve ser realizada no consulado americano", diz o advogado.
Se você tem planos de trabalhar em outro país e precisa de apoio de Coach de Carreira e Vida para criar a oportunidade e abraçar o desafio, entre em contato comigo: vera@veralorenzo.com.
Aproveite para comentar, compartilhar e indicar e ajude outras pessoas a encontrarem novas possibilidades em tempos de crise.
Boa leitura, bons planos e abraços,
Vera Lorenzo
Fonte: Exame.com